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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Folha - Ascensão e queda: Construção deve ter pior ano desde 2003

"Chegamos ao fundo do poço, mas a tendência é de uma retomada na sequência", diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção

A construção civil enfrenta seu pior momento em mais de dez anos, depois de um período de crescimento acelerado, em que foi beneficiada pela expansão do crédito e da renda e por programas de investimento do governo. 

A alta dos juros, aliada a uma retração dos gastos públicos, abalou a demanda por imóveis e empreendimentos de infraestrutura (veja gráfico abaixo). Nos últimos meses, o quadro foi agravado pela fuga de recursos da poupança, principal fonte de financiamento para moradia. 

Pior desempenho desde 2003
Neste ano, o PIB do setor vai encolher 5,5%, no pior desempenho desde 2003, projeta Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre. Segundo a economista, a retração, se confirmada, vai gerar uma queda de 0,3 ponto percentual do PIB nacional. 

"Com o fim do ciclo de crescimento que teve seu auge em 2012, já haveria um ciclo de ajustes. Com o cenário econômico mais complicado, esse ajuste pode se prolongar." 

Setor é um dos líderes em demissões
Se há pouco mais de um ano a construção civil era vista como um símbolo dos gargalos de crescimento do Brasil, dada a escassez de mão de obra especializada no setor, hoje é um dos setores que lideram as demissões no país. 

Nos primeiros três meses do ano, as construtoras cortaram 50 mil vagas formais de trabalho. Em 12 meses, foram 250 mil postos fechados. 

No primeiro trimestre, os empréstimos com dinheiro da poupança tiveram a primeira queda para o período desde 2002. A Caixa, maior agente financeiro na área, elevou o percentual de entrada para obtenção desses empréstimos e colocou os clientes interessados em uma fila de espera. 

Os juros subiram de 7% para 9% anuais nos últimos dois anos. O valor dos imóveis, que aumentaram acima de inflação entre 2006 e 2011, apresentou rentabilidade abaixo do índice de preços ao consumidor nos 12 meses até fevereiro. 

Fundo do poço
Economistas e construtoras não preveem crescimento das contratações até o fim do ano. A avaliação é que o mercado vai seguir em dificuldade enquanto durar a fase mais austera do ajuste fiscal e monetário do governo. 

Depois, é esperada uma retomada dos financiamentos, em ritmo menor que o verificado entre o fim do governo Lula e o início do de Dilma. 

"Chegamos ao fundo do poço, mas a tendência é de uma retomada na sequência", diz José Carlos Martins, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), destacando a importância de o governo definir o quanto antes investimentos que pretende fazer no Minha Casa, Minha Vida e também regras para as novas concessões. 

O governo deve lançar em julho mais uma etapa do Minha Casa, Minha Vida. Também estão em estudo medidas para destravar financiamentos habitacionais para as classes média e alta. 

O diretor executivo da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Renato Ventura, diz que a recuperação vai depender do fim do ajuste promovido pelo governo e da melhora nas condições de crédito e na confiança do consumidor. 

"Em algum momento esse ciclo vai se reverter. A demografia do país faz com que seja necessário construir mais imóveis. Tem gente que acha que será no segundo semestre e gente que acha que vai demorar um pouco mais." 

Os executivos defendem a adoção de medidas emergenciais, como a liberação de parte do dinheiro da poupança retido no BC (compulsório) e o uso do FGTS para imóveis acima do limite de R$ 190 mil, neste momento mais difícil. 

Enquanto isso, esperam mais demissões e redução da oferta de crédito e de imóveis. Descartam, no entanto, uma crise de queda de preços, quebra de empresas ou estouro de inadimplência. 



(Folha de São Paulo - Mercado - 17/05/2015)

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8 comentários:

  1. A BOLHA ESTOUROU, AGORA E SO ESPERAR DESPENCAREM OS PREÇOS DOS BOLHUDOS, NOS LEILOES, ONDE SE PODERA CONSEGUIR PREÇOS MAIS ATRATIVOS., EM TORNO DE 65% MENOS NO MINIMO.RECUPERAÇAO ECONOMICA SO DAQUI A UNS 10 ANOS,OU UMA ENXURRADA DE DOLARES DE INVESTIMENTO DA CHINA AQUI NA BANANIA.

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  2. CALMA AI GENTE....A CHINA VEM AI PRA SOCORRER ESSA BANANIA UGAH, UGAH,UGAH, ASSIM SENDO RECOLONIZANDO ESSA "TERRA DO NUNCA" NOVAMENTE ..UFAAAAAAAAA.....

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  3. Sem alarma, a matéria expressa uma boa leitura da conjuntura. A crise foi provocada pela inépcia do governo, que interveio demasiadamente no mercado financeiro, forçando os seus bancos a conceder crédito sem rigor, e será superada após esse ajuste, sem estouro de bolha, porque o que não existe não estoura...

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    1. Você deve ser daqueles que a filha adolescente sai pra balada, depois liga de madrugada falando que vai dormir na casa da amiga, e além de acreditar, não pergunta o nome nem o telefone da tal "amiga", e pede pra ela manter o celular ligado caso precise falar com ela...ou então deve ser daqueles que deixa a mulher sair toda semana com as amigas solteiras e separadas, e se acha "o cara", "o moderninho", enquanto, na verdade, é um tremendo corno...

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    2. Não tenho filha e não sou moderninho. Sou realista.
      Não adianta acreditar numa fantasia, acreditar que o teu problema de moradia será resolvido, do dia para a noite, por um acontecimento mágico que subverterá a ordem e fará com que aquele imóvel que ocupa os teus delírios noturnos passe a ser vendido pela metade do preço.
      O governo atrapalhou o país ao intervir irresponsavelmente na economia, com especial destaque para o mercado financeiro (incentivando o financiamento desenfreado de automóveis, imóveis, eletrodomésticos etc.).
      Agora temos o ajuste. A crise vai passar e o preço dos imóveis não despencará, porque bolha não há...

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    3. Agências de risco apresentando o colapso do mercado imobiliário, grandes economistas traçando o pior sem data de recuperação, queda absurda nas vendas, distratos em alta, demissão em massa de vários corretores pelas maiores imobiliárias do País, endividamento das famílias, alteração das regras de financiamento entre outros fatores, ,aceite ou não, não adianta vir num blog que acompanha essa situação a tempos e querer dizer que não existe bolha, pois os efeitos dela estão apenas começando e vão piorar.... isso são dados consistentes, não apenas lançar uma negativa de uma situação, esqueci, " a hora de comprar é agora..." , quanta ironia, antes a arrogância prevalecia, agora se rastejam e imploram por um cliente.
      Aprecio de longe a agonia e as lamentações dessa "turma", mais do que merecido, mas continue se iludindo, apenas cuidado para não ser mais um nas enormes filas dos desempregados do Brasil, pois no seu caso para arrumar outra colocação no mercado vai ser muito difícil.

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  4. Se vc acha que nao existe bolha. Compra o meu mega apartamento de 42 metros quadrados por apenas 200000 vai valorizar 30% ano.

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  5. Impressionante como ainda escutamos algumas frases tentando defender a posição comprada, tipo "chegou no fundo do poço", "O governo vai voltar a dar estimulo no fim do ano".....
    Quem comprou nos últimos anos, se quiser realizar o prejuizo vai ter que entregar pelo menos metade.
    E se não quiser se depremir, melhor ficar com a posição e parar de fazer conta.
    Interessante da bolha é que ela traz um sensação de riqueza. As pessoas ficam comentando com outros o valor do imovel ou imoveis, se achando milionarias.
    Perdeu......Perdeu.... playboy...

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