"Aguardamos o desenrolar desta história com muita cautela. Acredito que a desvirtuação dos recursos pode ter um impacto gigantesco no setor, já que mais da metade dos imóveis financiados hoje têm participação do fundo". [...] "Com essa perspectiva, é possível que tanto a venda de novos quanto secundários seja abalada e muitos clientes tenha que postergar a compra."
A possibilidade de usar o FGTS para quitar dívidas do Fundo de
Financiamento Estudantil (FIES) foi vista com preocupação entre representantes
do mercado imobiliários. Hoje, mais da metade dos imóveis financiados usam
recursos do fundo, e o destino alternativo da verba poderia deixar ainda mais
longe a retomada da construção civil.
"Aguardamos o desenrolar desta história com muita cautela. Acredito
que a desvirtuação dos recursos pode ter um impacto gigantesco no setor, já que
mais da metade dos imóveis financiados hoje têm participação do fundo",
comentou o conselheiro do Sindicato da Construção do Espirito Santo
(Sinduscon-ES), José Bolívar.
O especialista se refere ao fato de, na última semana, o relator da
reforma do Fies, deputado Alex Canziani, ter aprovado a emenda apresentada pela
deputada Leandre Dal Ponte (PV-PR) que possibilita o uso do FGTS para pagar
dívidas do financiamento estudantil. Na ocasião, até o ministro da Educação,
Mendonça Filho, manifestou apoio à proposta.
O relatório de Canziani foi favorável para aprovação da matéria. O
documento foi lido na Comissão Mista que analisa a Medida Provisória 785/2017
na última terça-feira. Além de permitir o resgate do FGTS para pagamento do
FIES, o relatório aumenta para R$ 3 bilhões o aporte de recursos do Tesouro
Nacional ao programa de financiamento. A emenda apresentada pela deputada
Leandre é uma entre as mais de 270 modificações sugeridas à MP.
"O Fies possibilitou que milhões de brasileiros melhorassem sua
renda, com o acesso ao ensino superior, emprestando dinheiro público para que
estas pessoas concluam uma faculdade. Nós sabemos que, por um lado, ainda
existe dificuldade para o pagamento do financiamento. Por outro, existe a
inadimplência. Então, essa ideia de utilizar o FGTS para o pagamento do FIES
pode resolver os dois problemas", disse a deputada na Câmara.
Temor
"O setor da construção e o mercado imobiliário recebem com muita
preocupação o desvio de recursos. Se tal iniciativa for adotada, o Brasil
continuará com seus escandalosos índices de déficit habitacional e falta de
saneamento, pois comprometerá a aplicação de recursos em habitação, saneamento,
infraestrutura urbana, operações urbanas consorciadas e mobilidade urbana, que
levam melhorias à qualidade de vida da população em todo o País", disse,
por meio de nota, representantes da Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC).
De acordo com estimativa da entidade, apenas nos últimos 10 anos, o FGTS
foi o responsável por 52% das unidades habitacionais financiadas no Brasil,
equivalente a quase 4 milhões de imóveis, de um total de aproximadamente 7
milhões comercializados.
"Abrir a possibilidade de saque do Fundo para o pagamento de dívidas
do FIES é ir de encontro à indiscutível importância da manutenção da destinação
dos recursos do FGTS para os quais ele foi concebido, que é o financiamento de
longo prazo à habitação, saneamento e infraestrutura", detalhava a nota.
"Não negamos a importância da educação, mas o segmento já possui forma
própria de financiamento, estímulos fiscais e outras fontes de recursos."
Para o especialista em mercado imobiliário e consultor do Secovi-MG,
Laures Ramalho, a possibilidade de desvio dos recursos irá impactar,
justamente, a fatia da população mais vulnerável. "Potencialmente, o mesmo
brasileiro que usa o Fies pode tentar financiar um imóvel pelo Minha Casa Minha
Vida. Dessa forma, se ele usar o recurso para quitar a universidade, não vai
conseguir compor o valor necessário para obter financiamento", comentou
ele, acrescentando que o novo teto de financiamento da Caixa Econômica Federal
para imóveis usados - agora 50% do valor do imóvel - também mina as chances do
consumidor em potencial.
"Com essa perspectiva, é possível que tanto a venda de novos quanto
secundários seja abalada e muitos clientes tenha que postergar a compra."
(Portal DCI - Serviços - 09/10/2017)
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Ou seja, pelo tipo de declaração desses caras da construção civil, nota-se que não estão nem aí para a sociedade, somente para o lado deles. O famoso ditado: farinha pouca, meu pirão primeiro!
ResponderExcluirEsta medida está correta. O cara se formando terá mais condições de ser bem sucedido e assim, ter mais qualidade de vida. Não será financiando uma casa que ele terá esta qualidade de vida, como esse comédia "especialista" falou. Esses construtores acham que o Brasil gira em torno deles, da construção desses prédios de péssima qualidade que eles fazem.
Qualquer medida que é tomada em prol da população, eles já reclamam como se fosse afetar a compra da casa própria. Tem que explicar a eles que isso já está afetado. Ações que sejam para beneficiar o indivíduo a crescer, como por exemplo, pagar a faculdade, deveriam ser estimuladas e não criticadas, como esses corvos estão fazendo.
Chora não, pois ainda tem muita coisa a piorar para vocês!
Coisa de pais falido com "o povo que se exploda dentro".
ResponderExcluir"Abrir a possibilidade de saque do Fundo para o pagamento de dívidas do FIES é ir de encontro à indiscutível importância da manutenção da destinação dos recursos do FGTS para os quais ele foi concebido, que é o financiamento de longo prazo à habitação, saneamento e infraestrutura"
ResponderExcluirAcho que se esqueceram que é um “Fundo de Garantia do Trabalhador”, e que este deveria ter o poder de decidir onde e como utilizar...
Estão com medo de ter mais brasileiros com acesso a melhor educação, pois com maior educação (na maioria das vezes), maior a chance de perceber que compra de imóveis hoje no Brasil é a na maioria dos casos a maior cagada!
É vero. Brasileiros, acordem!! Não caiam nesta arapuca!! 200 mil em 44m2 financiados em 35 anos jamais... Sejamos racionais com o dinheiro.
ExcluirNada mais correto o fato da pessoa que acabou de se formar poder quitar a dívida com o FIES utilizando o FGTS.
ResponderExcluirMas os empresários do setor da CC só querem ver o próprio rabo!
Que se explodam!! Chorem mais, empresários da CC, corretores e especuladores.