Em 2014, a Caixa liberou R$ 128,83 bilhões em crédito imobiliário, enquanto que em 2016 (dados de 2017 ainda não foram divulgados) a soma foi de R$ 83,46 bilhões. O número de contratos de financiamento imobiliário também apresentou queda expressiva. Enquanto em 2014 foram 1.405.923 contratos, em 2016 esse universo chegou a apenas 620.823
Enquanto a Caixa Econômica Federal corre contra o tempo para se adequar às
regras internacionais do setor financeiro, definidas no documento Basileia III
derivado do acordo da Basileia, as empresas ligadas diretamente ou
indiretamente à construção civil observam com muita atenção se o banco terá
condições de destravar o setor com nova liberação de recursos.
Atualmente, 78% dos financiamentos imobiliários saem dos cofres do banco
estatal. Quando algo não vai bem na Caixa, os reflexos se espalham por construtoras,
incorporadoras, fabricantes e lojas de materiais de construção, mercado de
trabalho e, é claro, afetam a vida de quem espera pela chance de ter um imóvel.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),
José Carlos Martins, o clima é de apreensão. “Imagine se 70% do atendimento de
saúde em Brasília fosse feito pelos hospitais públicos e eles simplesmente
deixassem de atender? É mais ou menos o que ocorre com a Caixa, que tem papel
tão relevante no setor da construção”, explica.
Segundo Martins, a previsão é de que, em 2017, o Produto Interno Bruto
(PIB) da construção tenha encolhido 6%. “Normalmente o setor é responsável por
puxar o PIB do país para cima, mas dessa vez devemos puxar em pelo menos 0,5%
para baixo”, lamenta o empresário.
O principal problema da Caixa é não saber como a instituição vai se
capitalizar para cumprir novas exigências internacionais de solidez financeira
e atender padrões regulatórios mínimos quando o documento Basileia III entrar
em vigor, em 2019. Isso causou uma espécie de letargia na instituição
financeira, o que atingiu diretamente o setor imobiliário, que depende muito do
banco para financiar seus clientes.
A solução poderia vir do uso dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), mas o plano do Palácio do Planalto foi barrado. Em novembro
passado, o Ministério Público fez uma representação junto ao Tribunal de Contas
da União sobre possíveis irregularidades em operação entre a Caixa e o FGTS. No
documento, foi questionado o plano do governo de injetar dinheiro do fundo no
banco estatal.
Apesar do movimento do TCU, o Planalto seguiu com o seu plano e o sinal
verde para que o dinheiro do FGTS fosse usado para capitalizar a Caixa foi dado
no último dia 4, quando o presidente da República, Michel Temer, sancionou lei
que permite a capitalização de até R$ 15 bilhões na Caixa com recursos do
fundo.
Pela lei que o Senado e a Câmara dos Deputados aprovaram, fica autorizado
que o Conselho Curador do FGTS compre instrumentos híbridos de capital e dívida
da Caixa. Por meio de nota, o TCU informou que o processo de questionamento
dessa manobra está em tramitação, portanto “não houve apreciação definitiva da
matéria”. A Caixa foi procurada pela reportagem, mas não retornou os contatos.
Paralelamente à possibilidade de usar o FGTS, o banco estatal colocou em
prática, no ano passado, algumas medidas para enxugar sua operação, como o
programa de demissão voluntária (o PDV, que alcançou metade do número previsto
de 10 mil desligamentos) e a desaceleração na concessão de crédito, que começou
a ser percebida em 2015.
Em 2014, a Caixa liberou R$ 128,83 bilhões em crédito imobiliário,
enquanto que em 2016 (dados de 2017 ainda não foram divulgados) a soma foi de
R$ 83,46 bilhões. O número de contratos de financiamento imobiliário também
apresentou queda expressiva. Enquanto em 2014 foram 1.405.923 contratos, em
2016 esse universo chegou a apenas 620.823.
Setor quer determinar destinação do FGTS
Cássio Figueirôa, diretor de crédito imobiliário e de relações
instituições da construtora EMCCAMP, focada em projetos nos estados de Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, admite que o setor está receoso quanto ao
que pode ocorrer com a Caixa e como isso vai se refletir na liberação de
recursos habitacionais.
Segundo o executivo, em novembro e dezembro as aprovações de crédito
ficaram praticamente paralisadas e só começaram a ser liberadas novamente nos
últimos dias do ano, especificamente para a faixa de R$ 4 mil de renda
familiar. “Mas ainda percebemos que há muita restrição na aprovação dos
contratos. O mercado não está totalmente parado, mas não sabemos o que pode
ocorrer se o problema de adequação à Basileia III não for resolvido”, alerta.
Para Renato Lomonaco, gerente de projeto da Associação Brasileiras de
Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), aprovar a operação de capitalização da
Caixa é fundamental para toda a cadeia da construção civil. “É uma falta de
sensibilidade muito grande do TCU se não aprovar o uso do FGTS. Será um erro”,
reclama.
O mesmo receio sente o setor de materiais de construção, que
tradicionalmente vende metade da sua produção para as construtoras e os outros
50% para o varejo. Segundo Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Materiais de Construção (Abramat), no ano passado essa proporção
mudou em razão da retração nos financiamentos da Caixa.
Com isso, as construtoras passaram a representar 46% das vendas.
“Esperamos que em 2018 haja uma recuperação, até porque há sinais de que o
desemprego começa a cair e isso pode chegar ao aumento da demanda por
financiamentos imobiliários. Sem a Caixa, esse processo de retomada não se
sustenta”, adverte Cover.
Na agência de avaliação de risco Fitch Ratings, a situação financeira da
Caixa é avaliada como contornável – seja pelo uso de recursos do FGTS, pela
venda de ativos ou de participações em outros negócios ou por meio de uma
operação envolvendo o Tesouro Nacional. Por isso, segundo Esin Celasun,
diretora da instituição, o banco deverá atender às exigências de Basileia III
dentro do prazo. “Não vejo piora no cenário da Caixa, seja qual for o caminho
escolhido para resolver o problema”, avalia.
Analista de bancos públicos, Esin não acredita na possibilidade de
contágio no setor, caso a Caixa venha a continuar a ter dificuldades para
conseguir recursos. Pedro Gomes, que também é diretor da Fitch, concorda:
“Outros bancos, como Itaú e Bradesco, não têm tido problemas para se adequar à
Basileia III. Além disso, os investidores estrangeiros sabem há pelo menos dois
anos da situação da Caixa, por isso não terão problemas para avaliar o que
acontece com o sistema financeiro brasileiro”, diz.
O que é Basileia III?
A partir de 1º de janeiro de 2019, entram em vigor as regras previstas no
documento Basileia III, que prevê padrões regulatórios mínimos para
instituições financeiras. O objetivo, definido pelo Fórum de Estabilidade
Financeira e pelo grupo das 20 maiores economias do mundo, o G-20, é evitar
riscos de crédito com a exigência de uma reserva mínima de capital por parte
dos bancos.
Quem assina o acordo, que já teve outras duas fases anteriores, são os
bancos centrais de todo o mundo. Para os bancos, é a forma de mostrar que podem
evitar tomar riscos em demasia, sem que, para isso, tenham impactos muito
relevantes tanto na rentabilidade quanto na estratégia de negócio. No caso do
Brasil, o Banco Central (BC) vem tomando medidas para definir métricas de
controle de risco para os bancos desde 2005.
Inicialmente, essas regras valiam apenas para as instituições com ativos
superiores a R$ 100 bilhões. A partir deste ano, esses padrões vão valer para
todos os bancos, com o objetivo de reduzir o risco de financiamento a longo
prazo. Para o BC, é a forma de garantir que as instituições resistam sem
fissuras a momentos de estresse na economia, em especial após período de
expansão mais acelerada.
(Portal Estado de Minas - Notícia - Economia - 17/01/2018)
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Vai vender para quem?
ResponderExcluirO povo está quebrado.
Vish...A Banânia quebrou mesmo...ainda bem que o Paraguay e logo ali...fuiiiiiiiii...
ResponderExcluirPor que será que nunca colocam os gráficos dos preços nessas matérias??
ResponderExcluirPorque aí todo mundo vai ver que não tá baixando nada. O mercado está parado, mas a bolha que estourou foi a do trabalhador. Os empresários já estão ganhando dinheiro em outro ramo.
ExcluirAnônimo 19:26, por gentileza poderia me dizer a inflação nos últimos 3 anos e a diferença entre o valor anunciado no anúncio e o valor realmente vendido. Então soma os dois, se isso não é baixar, não sei o que mais é.
ExcluirO trabalhador corresponde a 95% da população ou mais. Se a bolha estorou pro trabalhador como consequência estorou pra todo mercado imobiliário do país.
É fácil resolver esse problema, limita o tempo de financiamento para no máximo 10 anos igual é feito em país sério.
ResponderExcluirQuem não ficou rico, no setor imobiliário, nunca mais fica.
ResponderExcluirQuem não fez o pezinho de meia, como pedreiros, eletricista, engenheiros, pequenos, médios e grandes construtoras.
Corvos deitaram e rolaram.
Corvos mentiram.
Corvos venderam até a alma para o Diabo.
Corvos enganaram.
Corvos que não ficaram ricos... com a irresponsabilidade da CEF...
Nuuuuuuuuuca mais...
Foi um tipo de Serra Pelada, o Eldorado.
Eu conheci um Super Corvo que comprou até avião... de tanta enganação.
Hj está vendendo o almoço para comprar a janta.
Corvos que não se adequarem à realidade atual do setor... vai sofrer demaaaaaaaaaaaais.
Uma dica aos Corvos... é melhor ganhar pouco com ética do que ganhar muito sem sustentação moral.
COLHAM SEUS FRUTOS!
A caixa está quebrada e querem mais dinheiro para construir esses lixos. Querem vender para quem? Trabalhador tá endividado até 2030, parem de construir, pois tem imóvel sobrando no mercado...deixem os bancos privados financiarem agora
ResponderExcluirNem se um milagre acontecer e o Chefe da maior organização criminosa do universo vencer as eleições, o Lula é claro.
ResponderExcluirNem ele vai liberar dinheiro para o setor imobiliário.
Pq ele quebrou a CEF kkkkkkkkkkkkkkk